Reencarnação: A Maior Prova da Infinita Bondade de Deus

O conceito da reencarnação não é exclusivo da Doutrina Espírita, ele existe há muito tempo e é descrito em várias filosofias e religiões, mas o Espiritismo nos explica o porquê e como esse processo ocorre. A questão número 171 do O Livro dos Espíritos nos ensina sobre ele: “Todos os Espíritos tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de alcançá-la pelas provações da vida corpórea. Mas, em sua justiça, Ele lhes concede realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova”.

Se só existisse uma vida e quem agisse de forma incorreta fosse condenado a sofrer, sendo castigado por toda a eternidade, onde estaria a bondade de Deus? Se Jesus nos ensinou que devemos perdoar todos os erros de nossos irmãos, seria Deus então inferior ao homem por não fazer isso? Conforme nos disse Chico Xavier, na sua grandiosa sabedoria: “Sem a ideia da reencarnação, sinceramente, com todo respeito às demais religiões, eu não vejo uma explicação sensata, inclusive, para a existência de Deus”.

Caso tivéssemos uma só vida corpórea, nós seríamos criados por Deus antes dela. Por que algumas pessoas nascem com um corpo biológico saudável, em um lar com pais amorosos e não tem grandes dificuldades durante a sua existência e, já outros, nascem com defeitos físicos, ou tem alguma doença grave já na infância, ficando com sequelas e tendo uma existência breve ou vivem em uma condição social difícil, passando por muitas tribulações? Por que Deus daria privilégios a alguns e dificuldades a outros? Se só houvesse uma existência, seria Ele que escolheria quem teria uma vida mais fácil ou mais difícil. Isso seria justo e imparcial? A única coisa que explica essas e outras questões sobre nossas vidas é a reencarnação.

A doutrina da reencarnação corresponde à ideia que fazemos da Justiça de Deus. Ela nos evidencia como O Criador é infinitamente bom, justo, imparcial e ama a todos indistinta e igualmente. Somos criados simples e ignorantes e temos o livre-arbítrio para que sejamos livres. Porém, todos estamos submetidos às leis universais, como a de causa e efeito ou plantio e colheita, ou seja, nós escolhemos o que iremos plantar, mas colheremos obrigatoriamente tudo aquilo que plantarmos. Assim, os percalços que todos nós temos e as adversidades pelas quais passamos, uns mais, outros menos, são em decorrência de nossas escolhas feitas em nossa atual ou em pretéritas encarnações.

A pluralidade das nossas existências nos oferece a oportunidade de evoluirmos conforme nos explica a questão número 167 de O Livro dos Espíritos: “Qual a finalidade da reencarnação? Resposta: Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isso, onde estaria a Justiça?”. Quando desencarnamos, retornamos à dimensão Espiritual, ou Mundo dos Espíritos, ficamos lá por determinado período e voltamos a nascer na dimensão material, quantas vezes forem necessárias para a nossa evolução. Quando atingirmos um determinado estágio evolutivo, não necessitaremos mais encarnar para progredirmos, embora ainda possamos fazer isso, mas em caráter missionário.

Existem três tipos principais de reencarnações e elas ocorrem de acordo com a nossa necessidade. Pode ser para expiação, que é o resgate, por meio da dor, de erros cometidos em outras existências. Para provação, que são provas voluntariamente solicitadas pelo Espírito, as quais, se bem suportadas, resultarão em seu progresso espiritual. E, por último, em missão, que é a realização de qualquer tarefa, de pequena ou grande relevância.

Todas as nossas encarnações são planejadas, por nós ou por Espíritos que nos auxiliam. Nós nascemos com o corpo que precisamos, na família correta, passamos por certas situações, convivemos com determinadas pessoas, ou seja, tudo ocorre nas condições mais adequadas para o nosso aprendizado. Não existe acaso e nem equívoco, conforme nos ensina Chico Xavier: “Já vivemos muitas vezes, estamos com as pessoas certas para ajustarmos os nossos corações e resolvermos os nossos problemas. Na reencarnação ninguém erra de endereço”.

Eduardo Battel

Fonte: Agenda Espírita Brasil