QUO VADIS NOSSO MUNDO INTERIOR? – Dr. Marcelo Occhiutto – 3a. parte

QUO VADIS NOSSO MUNDO INTERIOR?

Dr. Marcelo Occhiutto

TERCEIRA PARTE

1 b- Panorama atual da ansiedade e da depressão na sociedade

  1. Fatores espirituais

Ainda que contestado por um grande número de companheiros de existência, vivemos imersos em um mar de ondas mentais, já que cada ser, invariavelmente, é um emissor constante de pensamentos.

Sim, nossa atividade mental não se restringe ao território do cérebro físico, mas tudo aquilo que criamos mentalmente é impregnado pelos sentimentos que nos caracterizam naquele determinado momento, e nasce a chamada forma-pensamento – unidade que ganha “vida própria” ao se desprender de nós, e buscar, pela lei de afinidade, outras formas-pensamento semelhantes.

André Luiz nos ensina que o pensamento, em vibrações sutis, alcança o alvo, por mais distante esteja. Ainda de sua lavra, através da Ministra Veneranda: o pensamento é a base das relações espirituais dos seres entre si.

A conclusão que essas assertivas nos permitem ter é que nós influenciamos aos outros e somos influenciados ao absorver as ondas mentais que se afinizam com as nossas.

Baseados neste conhecimento, em todas as ocasiões em que entramos em um estado de ansiedade ou depressão, o mote inicial para que isto ocorra é certamente a nossa própria energia mental, proveniente de nossos sentimentos e vontade em desequilíbrio, na tentativa enganosa de controlar os acontecimentos do mundo externo.

Mas certamente junta-se à nossa própria energia mental a sintonia que estabelecemos com os milhões de seres, próximos ou distantes, que são emissores de formas-pensamento semelhantes. Infelizmente, o que predomina em nosso mundo atual, desatento da magnífica recomendação de Jesus para orarmos e vigiarmos, são a negatividade e o egoísmo.

Não podemos nos esquecer que estagiamos em um mundo de provas e expiações, onde é impossível viver sem uma inumerável quantidade de desafios e sofrimentos que atingem, em algum tempo, a todos, sem exceção.

Como a maioria ainda está distante do conhecimento da realidade espiritual que nos cerca, nem dá crédito à necessidade imperiosa que temos de priorizá-la, as experiências-desafio, geradoras de sofrimento, que nos atingem, são situações que, quando não solucionadas a contento, provocam decepção e tristeza em proporção desmedida e constante.

É óbvio que termos momentos de tristeza e decepção são fatos absolutamente normais e corriqueiros no decorrer da vida de todos nós.

O problema está em não conseguir compreender os motivos do sofrimento, já que os materialistas não sabem que tivemos várias existências, pelo desconhecimento da reencarnação, e tampouco compreendem que a toda ação corresponderá uma reação, em algum tempo, pela indefectível Justiça Divina que a todos nós monitora. A revolta e a não-aceitação resultantes já são, por si, fatores propiciadores de grande desequilíbrio interior.

Se sintetizarmos, numa visão psicológica e espiritual profundas, o espírito rebelde, diante das experiências-desafio que tem que enfrentar, recusa o aprendizado – motivo maior de estarmos reencarnados neste mundo – e assim produz a ansiedade desmedida e a tristeza patológica.

Se tivéssemos a docilidade de confiar na supervisão de Deus – Pai que ama a cada um de Seus filhos indistintamente – e seguíssemos as recomendações de Jesus: Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu fardo (Mateus 6:34), viveríamos concentrados em fazer o melhor que pudermos, a cada dia.

E aquilo que não estivesse ao nosso alcance imediato em realizar, entregarmos à Providência Divina, que sempre encaminhará um sinal de luz para nos guiar diante dos caminhos escuros e tortuosos que muita vez teremos que enfrentar.

 – CONTINUA NA QUARTA PARTE –

 

DR. MARCELO OCCIUTTO É ESCRITOR, MÉDICO OFTALMOLOGISTA E PARTICIPA DO CENTRO ESPÍRITA PERSEVERANÇA EM SÃO PAULO (SP).

 

Originally posted 2018-02-21 23:07:00.