Parasitose Mental e Vampirismo

Parasitas ou parasitos são organismos que vivem em associação com outros dos quais retiram os meios para a sua sobrevivência, normalmente, prejudicando o organismo hospedeiro, um processo conhecido por parasitismo. (1)

De conhecimento comum, a existência e mecanismo de atuação dos parasitas ocorrem em amplo espectro nos reinos animal e vegetal. Em alguns casos a convivência é pacífica, chegando a produzir efeitos positivos no hospedeiro, enquanto que em outros podem levar o hospedeiro à morte e esta, em consequência, também aniquila o parasita.

Desejamos, no entanto, traçar apontamentos sobre uma espécie de parasitose pouco conhecida, mas, largamente, presente na espécie humana.

Trata-se da parasitose provocada pela presença junto aos seres encarnados, de um ou mais indivíduos viciosos desencarnados, que continuam, no plano espiritual, a incessante busca pela satisfação de suas viciações à custa da viciação de suas vítimas.

Sabemos que o que atrai os espíritos para junto de nós são as vontades e pensamentos que geramos e sustentamos e, por isso, toda e qualquer viciação do encarnado permite a sintonia com desencarnados viciosos compatíveis.

Toda viciação começa na mente do Ser.

A esse respeito, encontramos esclarecedora mensagem espiritual transmitida pelo Espírito Dias da Cruz, que foi médico na Terra em sua última existência, ao médium Francisco Cândido Xavier (2), de onde tiramos os seguintes apontamentos:

“Avançando em nossos ligeiros apontamentos acerca da obsessão, cremos seja de nosso interesse apreciar o vampirismo, ainda mesmo superficialmente, para figurá-lo como sendo inquietante fenômeno de parasitose mental”.

Após identificar o fenômeno obsessivo vinculado à viciação como Parasitose Mental ou Vampirismo, continua o Benfeitor:

“No vampirismo, devemos considerar igualmente os fatores externos e internos, compreendendo, porém, que, na esfera da alma, os externos dependem dos internos, porquanto não há influenciação exterior deprimente para a criatura, quando a própria criatura não se deprime”.

No apontamento acima o Benfeitor identifica o encarnado como sendo o responsável direto pela atração e hospedagem do “Parasita Espiritual” e, abaixo, esclarece o modus operandi:

“É que pelo ímã do pensamento doentio e descontrolado, o homem provoca sobre si a contaminação fluídica de entidades em desequilíbrio, capazes de conduzi-lo à escabiose e à ulceração, à dipsomania e à loucura, à cirrose e aos tumores benignos ou malignos de variada procedência, tanto quanto aos vícios que corroem a vida moral, e, através do próprio pensamento desgovernado, pode fabricar para si mesmo as mais graves eclosões de alienação mental, como sejam as psicoses de angústia e ódio, vaidade e orgulho, usura e delinquência, desânimo e egocentrismo, impondo ao veículo orgânico processos patogênicos indefiníveis, que lhe favorecem a derrocada ou a morte”.

Aqui o Benfeitor deixa claro que todo processo espiritual-parasitário pode provocar doenças físicas e mentais de profundidade, levando o hospedeiro ao encurtamento da vida física, em processos de suicídio direto e indireto, que trará, como consequência, sofrimentos variados nas esferas espirituais, bem como reclamará a corrigenda futura, também com muito sofrimento, em outras reencarnações, decorrente do necessário reparo da tessitura perispiritual através das mais diversas más formações e mau funcionamento dos órgãos físicos.

Finalizando o assunto o Benfeitor nos orienta:

“Imprescindível, assim, viver em guarda contra as ideias fixas, opressivas ou aviltantes, que estabelecem, ao redor de nós, maiores ou menores perturbações, sentenciando-nos à vala comum da frustração.
Toda forma de vampirismo está vinculada à mente deficitária, ociosa ou inerte, que se rende, desajustada, às sugestões inferiores que a exploram sem defensiva.
Usemos, desse modo, na garantia de nossa higiene mento-psíquica, os antissépticos do Evangelho.
Bondade para com todos, trabalho incansável no bem, otimismo operante, dever irrepreensivelmente cumprido, sinceridade, boa vontade, esquecimento integral das ofensas recebidas e fraternidade simples e pura, constituem sustentáculo de nossa saúde espiritual.
– “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” recomendou o Divino Mestre.
– “Caminhai como filhos da luz” – ensinou o Apóstolo da gentilidade.
Procurando, pois, o Senhor e Aqueles que o seguem valorosamente, pela reta conduta de cristãos leais ao Cristo, vacinemos nossas almas contra as flagelações externas ou internas da parasitose mental”.

Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro

Referências Bibliográficas:
(1) Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Parasita;
(2) Livro Instruções Psicofônicas. Lição nº 34. Página 159.

Fonte: Agenda Espírita Brasil