Onde estará o nosso Espírito?

A ideia de que o espírito, ou alma, está situada no interior do corpo não oferece dúvidas. Todos nós temos essa noção muito claramente definida.

Por Espírito, Allan Kardec recebeu, em duas questões propostas aos Espíritos Superiores, as seguintes definições:

– Que é o espírito? “O principio inteligente do Universo.” (1)

– Que definição se pode dar dos Espíritos? Pode dizer-se que os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Povoam o Universo, fora do mundo material. (2)

Para diferenciar a condição de encarnado com a de desencarnado, Allan Kardec estabelece:

“Chamamos ALMA ao ser imaterial e individual que em nós reside e sobrevive ao corpo.” (3)

Notemos que Allan Kardec utiliza-se do vocábulo “reside” para locar a alma no corpo físico, e isso nos remete à seguinte pergunta: onde, no corpo físico, se localiza o espírito?

A respeito desse questionamento Allan Kardec propôs o seguinte aos Benfeitores Espirituais:

– A alma tem, no corpo, sede determinada e circunscrita? “Não; porém, nos grandes gênios, em todos os que pensam muito, ela reside mais particularmente na cabeça, ao passo que ocupa principalmente o coração naqueles que muito sentem e cujas ações tem todas por objeto a Humanidade.” (4)

Poderíamos, a título de exercício de imaginação, para podermos distinguir em nós os valores que definiriam a localização de nossos espíritos propor o seguinte: onde está localizado o espírito nos glutões, nos fofoqueiros e fofoqueiras, e nos sexólatras?

Sem avançarmos em respostas precipitadas provocadas por excesso de imaginação, convém lembrar que o Espírito da Verdade  nos deu dois ensinamentos básicos, quais sejam, amai-vos e instruí-vos (5), no sentido de aprendermos a utilizar o coração e o sistema nervoso central, para melhor aproveitamento do tempo que temos disponível no corpo físico, para fazer progredir o espírito.

Como o espírito acessa todas as funções do corpo físico através do sistema nervoso central, em algum “ponto” há de se localizar a conexão entre o espírito e o corpo físico, e essa informação quem nos traz é o Benfeitor Espiritual Alexandre (6) dizendo que a conexão se dá através da epífise, ou glândula pineal, e que esta é a “glândula da vida espiritual do homem”.

Acrescenta ainda o Grande Instrutor através de André Luiz e Francisco Cândido Xavier:

É a glândula da vida mental.

A glândula pineal reajusta-se ao concerto orgânico e reabre seus mundos maravilhosos de sensações e impressões na esfera emocional.

Ela preside aos fenômenos nervosos da emotividade, como órgão de elevada expressão no corpo etéreo.

 …deixa entrever a grandeza das faculdades criadoras de que a criatura se acha investida.

Segregando delicadas energias psíquicas a glândula pineal conserva ascendência em todo o sistema endocrínico.

Ligada à mente, através de princípios eletromagnéticos do campo vital, comanda as forças subconscientes sob a determinação direta da vontade.

A vontade desequilibrada desregula o foco de nossas possibilidades criadoras. Daí procede a necessidade de regras morais para quem, de fato, se interesse pelas aquisições eternas nos domínios do Espírito.

De posse do corpo físico, que o Senhor Jesus chamou de templo (7), portanto sagrado, o espírito tem todas as possibilidades de progresso que necessita, bastando, tão somente, que faça uso da vontade e do discernimento, ser inteligente que é, para não só promover saúde e bem estar corporal, mas, sobretudo conquistar novos patamares espirituais, finalidade maior de nossas existências terrestres.

Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro

Onde estará o nosso espírito

Referências:
(1) O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, item 23;
(2) … item 76;
(3) … Introdução – II;
(4) … item 146;
(5) O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. VI, Instruções dos Espíritos, item 6;
(6) Missionários da Luz, Francisco C. Xavier/André Luiz, cap. 2; e
(6) João 2:19.

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em
<https://paysimple.com/blog/as-we-let-our-own-light-shine/>. Acesso em: 10MAI2016.

Originally posted 2016-05-11 14:04:14.