O Gigante do Evangelho – Segunda parte

Sidney Fernandes

Iniciamos hoje a segunda de uma série de três textos sobre Paulo de Tarso, o apóstolo.

O QUE ERA O ESPINHO NA CARNE DE PAULO?

Alguns dizem que o espinho na carne de Paulo era a perda da sua visão, outros que tinha alguma dificuldade para se expressar ou alguma forma de paralisia. Em Gálatas, 4:13-14, ele fala em enfermidade. Um de seus exegetas atribuiu o espinho na carne aos suplícios que sofreu na cidade de Listra, tais quais as perseguições de Antioquia e Icônio, durante suas pregações. Outros intérpretes, incluindo Richard Simonetti, supõem que além de problemas físicos possuía também provações (obsessões) espirituais. Muitos entendem que Paulo carregou por toda a vida a responsabilidade pela morte de Abigail e Estêvão, como verdadeiro espinho na carne.

O apostolado de Paulo foi pleno de adversidades e momentos difíceis. Mesmo tendo orado por três vezes para ser liberto, teve que conviver com o espinho até o fim dos seus dias.  Paulo atribuía ao permanente incômodo uma espécie de função limitadora capaz de contê-lo, a fim de que não se exaltasse com a grandiosidade de sua missão.

SAULO OU PAULO?

Muitos pensam que Saulo mudou de nome para marcar a sua extraordinária conversão, um dos fatos mais marcantes da história do cristianismo. Na verdade, seu primeiro nome era Chaul, em hebraico, cuja versão grega era Saulo, nome que se tornou mais popular entre os cristãos da Inglaterra, no século XVIII. Era costume, no entanto, naquela época, o uso de um segundo nome, latinizado ou grego, além do primeiro em hebraico ou aramaico. O seu segundo nome era Paulo, com o qual passou a assinar as suas famosas epístolas.

Em Tarso, Paulo recebeu a formação básica comum dos judeus. Embora não se saiba exatamente quando ele foi para Jerusalém, é certo que lá foi educado, sob o ensino do renomado doutor da lei Gamaliel.

Conhecia profundamente a cultura grega, falava o aramaico e era avançado no judaísmo. Possuía sólida formação teológica, pois desde a mocidade demonstrou ser aluno aplicado, esforçado e estudioso das leis judaicas.

COMO SURGIRAM AS EPÍSTOLAS?

Paulo passou a ser muito requisitado pelos sítios por onde espalhara as alvissareiras notícias da mensagem cristã. Não daria conta de estar em todos os lugares e não bastaria enviar seus emissários, pois os irmãos, carinhosos e confiantes, contavam com sua sinceridade e dedicação. Diante da impossibilidade de atender a todos, simultaneamente, orou a Jesus que o orientasse. E novamente a inspiração não faltou, na voz dirigida ao coração:

— Poderás resolver o problema escrevendo a todos os irmãos em meu nome.

As epístolas obtiveram imediato êxito e passaram a ser aguardadas ansiosamente pelos rincões mais humildes, pelas consolações que levavam, comovendo a todos e assinalando uma nova etapa na história do Evangelho do Cristo.

– CONTINUA NA TERCEIRA PARTE –