A Influência dos Espíritos em Nossas Vidas

O Livro dos Espíritos.
Questão 456 a 472.

Continuando nossas reflexões em torno de O Livro dos Espíritos, falaremos sobre a influência que os espíritos têm em nossos pensamentos, sentimentos e ações. Necessário convir que invisibilidade não significa ausência e, embora os espíritos não sejam vistos normalmente, nem por isso deixam de estar presentes. Eles estão constantemente ao nosso redor e formam outra população em contínuo intercâmbio com a nossa.

O espírito possui certas competências de que não dispõem os encarnados. Eles sabem o que pensamos e sentimos muitas vezes melhor que nós mesmos. Estudam nossas virtudes e fraquezas a fim de nos influenciar para o bem ou para o mal de acordo com suas intenções e as nossas disposições morais.

Em relação à influência dos espíritos, ela se processa por influência a nível mental. Eles inspiram que façamos boas coisas quando são bons espíritos ou más ações quando são maus.
Os bons espíritos sempre inspiram ao bem e são melhor ouvidos pelos homens de bem. O indivíduo voltado ao amor sempre está disposto a seguir suas inspirações. Os maus espíritos também inspiram os bons indivíduos para induzi-los ao mal. O fazem por inveja.

A influência dos espíritos não é algo para se estranhar. O mesmo não se dá entre os encarnados? Não são as más pessoas que incentivam e inspiram a intriga? A inveja e o ciúmes? Não é a pessoa profundamente maledicente um espírito atrasado que vive a entreter a discórdia e a animosidade entre as pessoas de bem? Quantas amizades são desfeitas e nem se iniciam em grupos religiosos ou no trabalho devido a se dar crédito à maledicência?

Os espíritos lêem nossos pensamentos sem que o saibamos e misturam seus pensamentos aos nossos. Se pensamos coisas boas, atraímos bons espíritos que nos inspiram pensamentos bons. Se pensamos coisas ruins, atraímos espíritos vinculados ao mesmo tipo de pensamento e ideal.

Os médiuns são particularmente sensíveis às boas ou más influências. É importante que conheçam a si mesmos e que procurem pensar e agir sempre no bem. Se alguém pensa sempre coisas boas, se é otimista, se trabalha para vencer sentimentos de animosidade e favorece sempre o perdão, será fácil identificar um pensamento ruim e afastá-lo substituindo por um bom pensamento.
Mas, se um médium ou outra pessoa que não o seja, está acostumada a sentir e pensar coisas ruins, ela jamais perceberá que está sob a má influência de um espírito. Se ela e o mau espírito pensam e sentem a mesma coisa, como distinguir um pensamento do outro?

De qualquer forma, o importante é saber distinguir um bom pensamento de um mau pensamento. Não importa se um pensamento é nosso ou de um espírito, mas se é bom ou ruim este pensamento.
É necessário dar valor à razão e ao estudo do Evangelho. Tudo o que é contrário ao evangelho não pode vir de um bom espírito.

À medida que nos dispomos a seguir o caminho do bem, mais os bons espíritos conseguem nos influenciar e menos os maus espíritos tem acesso às nossas atitudes e sentimentos. Os bons sentimentos e a Caridade são os mais poderosos instrumentos para se afastar os maus e atrair os bons espíritos. Na verdade, são os únicos instrumentos efetivos e de duração permanente. A oração, o passe são instrumentos favoráveis para nos libertar das más influências, mas são impotentes diante da nossa não transformação moral. Eles não funcionam para os que não desejam seguir o bem pela transformação moral no serviço da caridade.

A maioria dos desequilíbrios mentais, da instabilidade emocional, da inconstância nos sentimentos e relações afetivas são originados ou tem a contribuição de espíritos perturbados ou vinculados ao mal. É preciso oração e vigilância constante nas práticas da vida diária e no mundo mental. É preciso o jejum das coisas ruins ou impróprias e a oração constante. Lembremos as palavras de Jesus ao expulsar os maus espíritos:”Esta casta de espíritos somente é afastada com o jejum e a oração”

( texto de João Senna)

Originally posted 2018-02-09 06:00:59.