Filme A CABANA, de profunda reflexão filosófica – Orson Peter Carrara

Fui ver o filme A CABANA. Surpreendi-me com o contexto todo.

Além da emoção própria das situações apresentadas pela produção, destaque-se a profunda reflexão filosófica trazida pela história. De inspiração religiosa e, claro, com as adaptações todas, próprias para uma filme que aborda um tema que somente a reflexão isenta de preconceitos ou prevenções pode produzir.
Com as fantasias próprias e mesmo as perfeitas metáforas com comparações bem construídas para tornar possível a transmissão da essência pretendida, o texto empolga pela lógica e bom senso aplicado nos diálogos entre os personagens.
Para quem está acostumado a estudar e especialmente conhece as grandezas do conhecimento espírita – que pode ser aplicado com facilidade para acompanhar os raciocínios – é uma delícia acompanhar o desenrolar da história. Deliciei-me às lágrimas nos raciocínios do personagem com o outro personagem representante da Sabedoria, que construiu expressivo diálogo sobre as noções da Justiça Divina e o Amor de Deus para com seus filhos.
Para quem está acostumado com o capítulo II – Deus – do livro A Gênese, de Allan Kardec, obra integrante da Codificação Espírita, de pouco mais de uma dezena de páginas (o capítulo específico), é sensacional pensar junto com o personagem citado e que transmitia as reflexões. Para quem ainda não teve a curiosidade didática de pesquisar o citado capítulo, eis uma excelente oportunidade de estudo.
Dê-se essa chance, vá ver o filme. Para raciocinar e refletir junto com os personagens da história. É impossível não fazer paralelos com o capítulo citado de A Gênese, e ao mesmo tempo, buscar as lúcidas páginas de O Céu e o Inferno (outra obra de Allan Kardec, integrante também da Codificação Espírita), para entregar-se ao estudo dos capítulos todos da primeira parte da obra, especialmente buscando o extraordinário documento Código Penal da Vida Futura. Abstenho-me de acrescentar comentários, mas quero motivar o leitor a buscar a obra.
Fato concreto, todavia, é que o filme trabalha as feridas da alma, como a mágoa e a ausência de perdão, ou a falta de fé e todos os seus desdobramentos. Mas, como não poderia deixar de ser, leva à construção da fé, com raciocínios lógicos, bem embasados e muito bem construídos, fazendo do filme uma produção daquelas em que a gente diz: “Gostei demais!”. Foi minha sensação e espontânea frase. Principalmente pelas profundas reflexões filosóficas e para quem está habituado a pensar utilizando-se da grandeza do Espiritismo, foi um “prato cheio”!
Abstenho-me das informações técnicas do filme, como sinopse, diretor, atores, etc. Isso é facilmente encontrável na net. Objetivo mesmo foi estimular o leitor para ver o filme, seja durante o período de exibição ou posteriormente quando estiver liberado publicamente.

Originally posted 2017-04-24 10:00:12.