Depressão Tem Cura

Sidney Fernandes  

Ensina-nos a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa que trazemos traumas do passado que infelicitam nossa vida atual. Herdamos, não necessariamente dos pais, porém de nós mesmos, da época em que ainda éramos primatas, passado ancestral que nos manteve em constantes estados de medo, ansiedade e estresse.

Durante séculos os circuitos do medo, do estresse e da ansiedade nos acompanharam na morte e mesmo depois de encarnarmos em novos corpos. Nosso cérebro, todavia, contém muitos outros circuitos, que podem desativar os circuitos negativos. Eles — empatia, gentileza e compaixão — geralmente são pouco utilizados — e podem anular os mecanismos que nos incomodam.

Por que adoecemos hoje, se não temos tantas ameaças como no passado?

Somente viveremos melhor e tornaremos o mundo melhor, com menos ansiedade e mais equilíbrio, quando descobrirmos que o bem ou o mal que praticarmos retornará para nós mesmos.

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Como praticar a empatia?

A mostra “Caminhando em seus sapatos”, originalmente sediada em Londres, veio ao Brasil. Ela disponibiliza vinte e cinco histórias com relatos de luto, perda, superação, amor, preconceito, exclusão, inspiração e outros.

O visitante escolhe um sapato ou uma história que gostaria de ouvir. Após a escolha, ele é convidado a caminhar com os sapatos pelo espaço, enquanto escuta um depoimento narrado da pessoa a quem eles pertenceram. Uma grande oportunidade de aprender fazendo.

Vejamos este pequeno trecho de palestra proferida por Anete Guimarães:

Quanto maior for o número de pessoas com quem você venha a se importar ou se preocupar, mais saudável será sua mente e seu corpo. Independentemente da riqueza e da situação confortável que você viva, elas não serão fatores determinantes para a sua felicidade, assim como a satisfação sexual ou outros fatores de ordem material. Muitas pesquisas e estatísticas para se chegar à conclusão do que o Cristo já nos havia antecipado: sem amor no seu coração, não haverá libertação.

Encerremos com esta elucidativa página de Neio Lúcio, que aqui transcrevo, resumidamente.

A arma infalível

Um homem revoltado remeteu uma carta com um pensamento de ódio ao chefe da oficina de que havia sido dispensado. Desprevenidamente, o destinatário acolheu a bomba mental, que, a partir daí, passou a ameaçar os circunstantes.

Esse artefato emocional, visceralmente nocivo, passou de mãos em mãos fazendo estragos em todos que o manusearam, até chegar nas mãos de um jovem enfermeiro.

Contaminado pela força maléfica, maltratou sua pobre mãezinha. Longe de agastar-se, com naturalidade e brandura assim dirigiu-se a velhinha ao rapaz:

— Venha cá, meu filho! Tenhamos bom ânimo! Lembremo-nos de Jesus!… Tudo passa na Terra. Não nos esqueçamos do amor que o Mestre nos legou…

A bomba finalmente fora desarmada. A projeção destrutiva do ódio morrera, afinal, ali, dentro do lar humilde, diante da força infalível e sublime do amor.

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Ensina a Doutrina Espírita, revivendo os ensinamentos do Cristo, que devemos evitar a contaminação de nossas agruras naqueles que mais de perto conosco convivem. Agindo dessa forma, estaremos acionando os bons circuitos do nosso cérebro — benevolência, compaixão, empatia e gentileza — e atraindo os protetores espirituais que nos restituirão o equilíbrio.

 

Referências: Ansiedade no presente e no futuro, da Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva; Alvorada Cristã, de Neio Lúcio.