Contribuir Com Alegria

Sidney Fernandes   14-99772-5892

Cada um contribua, segundo propôs em seu coração.

Paulo

Na guerra contra a Espanha, o Presidente dos Estados Unidos precisava comunicar-se com Garcia, o chefe dos rebeldes que se encontrava no interior cubano, não se sabendo exatamente onde.

Se havia alguém capaz de encontrar Garcia, esse homem era Rowan — alguém lembrou.

Rowan foi trazido à presença do Presidente, que lhe confiou uma carta para ser entregue ao General Garcia. Após quatro dias, Rowan saltava de um barco, noite alta, nas costas de Cuba. Como se embrenhou no sertão, atravessou a pé um país e entregou a carta a Garcia, não vem ao caso.

O que é importa é que Rowan pegou a carta do Presidente e nem ao menos perguntou: onde estaria Garcia?

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Por que estamos ressuscitando parte do artigo de Elbert Hubbard, denominado Uma Mensagem a Garcia, publicado em 1899?

Entidades religiosas não podem receber subvenções oficiais. Sobrevivem de promoções, doações e, principalmente, das contribuições de seus frequentadores.

Quando entramos numa igreja, num centro espírita ou qualquer outro templo, encontramos tudo limpo, iluminado e organizado, em situação ideal de frequência.

Essa condição, aliada a outros encargos naturais de um estabelecimento, precisa ser mantida de alguma forma. Nada mais absolutamente justo e natural que nós, os frequentadores, nos responsabilizemos, de maneira contínua e permanente, por cota-parte desse conjunto de despesas.

E qual, geralmente, é a nossa reação? A de prontamente colaborarmos com as campanhas de manutenção? Assim como fez Rowan, que imediatamente partiu para sua missão, sem nada exigir ou perguntar, para dar conta do recado recebido?

Ou será que fazemos uma série de insólitas indagações como estas?

Outra campanha? O governo não ajuda? Não estou podendo, mas, assim que as coisas melhorarem colaborarei, certo? Agora tenho que pagar para frequentar esta casa? Tem urgência? Por que não procuram os ricos?

E posso quase apostar que, depois de fazer essa série de perguntas, apresentaremos outras desculpas, fugindo da mais comezinha obrigação de manter a instituição que sempre nos beneficiou.

Não por acaso, Paulo, o apóstolo, tendo detectado, já na sua época, a tendência de apenas querermos receber e raramente de dar em favor de nossas casas de oração, pronunciou estas célebres palavras:

— Cada um contribua, segundo propôs em seu coração. Não com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama o que dá com alegria.

Alguns argumentam, com André Luiz, que devemos evitar os petitórios durante as reuniões doutrinárias, para que não sejam tomados à conta de pagamento pelos benefícios prestados. Concordo plenamente com o mentor e vou mais além.

Se os maiores beneficiados pela casa espírita, que somos nós, estivermos plenamente conscientes de nossa responsabilidade na sua manutenção, as coletas e as campanhas tornar-se-ão totalmente desnecessárias.

Fiquemos com estas palavras de Emmanuel, específicas sobre o assunto:

A cooperação no bem é questão palpitante de todo lugar e de todo dia. Qualquer homem é suscetível de fornecê-la. Má vontade, queixas, insatisfação, leviandades não integram o quadro dos trabalhos que o Senhor espera de nossas atividades no mundo. Mobilizemos nossos recursos com otimismo e não nos esqueçamos de que o Pai ama o filho que contribui com alegria.

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O grito das entidades religiosas, com dificuldades de sobrevivência, resume-se nisto:

Precisamos com urgência de pessoas capazes de levar uma mensagem a Garcia. Ou seja, de frequentadores conscientes de suas responsabilidades, que contribuam com a manutenção das instituições que frequentam.

Por dever e com alegria!

Referências:  Pão Nosso, Emmanuel; Uma Mensagem a Garcia, Elbert Hubbard; Conduta Espírita, André Luiz.