Conspiração Insana

Caifás, um deles que era sumo sacerdote naquele ano, lhes disse: Vós nada sabeis, Nem considerais que nos convém que um homem morra pelo povo, e que não pereça toda a nação.

Conspirar é tramar. Toda trama com objetivos obscuros é loucura.

No Evangelho de João capítulo 11 versículos 49 e 50 encontramos o assustador diálogo entre Caifás e os fariseus. Caifás era o sumo sacerdote do templo judaico ao tempo de Jesus.

Após o fenômeno da “ressurreição” de Lázaro inicia-se uma perseguição acirrada a Jesus , o Profeta Galileu.

A presença constante e agregadora de Jesus nas cercanias de Jerusalém , na Judeia , refletia quantos prodígios Ele produzia em benefício dos sofredores de todas as ordens. Maravilhas que transcendiam a compreensão limitada  dos homens da época. Estes, ignoravam a eficácia do magnetismo, as propriedades do períspírito e os processos curativos que o Cristo oferecia.

O magnetismo estudado por Mesmer, fundador da teoria do magnetismo animal, a seu tempo contribuiu para explicação de muitos dos fenômenos até então catalogados no rol dos  “milagres”.

A vida do Cristo era temida pelos líderes religiosos, pois acreditavam que Ele pudesse desestabilizar os seus status de senhores da sociedade dos tempos apostólicos. Para tais senhores  a presença corporal e “ressurrecta” de Lázaro comprovava o poderio divino de Jesus e Sua interlocução direta com Supremo Criador.

O homem diminuto em seu comprimento espiritual e moral, nunca suportou a luz dos sublimes disseminadores do amor na Terra. Permaneceu afeitos às sombras do egoísmo, sempre que tangido pela luz sublime dos luminares celestes. Sim, o homem comum sentia-se sob o tacão de perturbadores sentimentos quando diante dos agentes da luz.

Caifás é o símbolo do orgulho e da prepotência e ao vislumbrar a luz da Verdade angustia-se, conspira, ensandece, determina.

Por vezes esquecemo-nos que somos destinados à perfeição e nos demoramos nas faixas primárias dos sentimentos infantis e egoicos, cultivando hábitos infelizes como a maledicência, calúnia, injurias leviandades e perseguições soezes, comprometendo nosso campo mental e, por conseguinte, vibratório.

Caifás ainda vibra em nossas emoções, pensamentos e ações cristãs. Permanece em nós muito desejo de ver homens cairem para salvar a nação dos nossos interesses pessoais.

Desde os primordios do Cristianismo lutamos para estabelecer relativas verdades humanas esquecendo-nos do bem e da fraternidade universal como ensinou Jesus. É bem possível ouvir a advertência joanina “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, porém o que constitui esse conhecimento e o que significa a verdade citada pelo evangelista?

Conhecimento é um conjunto de princípios, crenças e valores armazenados nas regiões operacionais da nossa individualidade postos em ação sempre que assim o desejarmos. Entretanto ,nem sempre conhecer é compreender  consciente , emocional e ou  espiritualmente alguma coisa.

Na linguagem do Antigo Testamento a expressão conhecer pode significar relações  mais essenciais conosco mesmos. Portanto a advertência do Evangelista está no sentido de que é necessário estabelecermos um relacionamento essencialmente íntimo com a Verdade para que experimentemos a fecundidade do Evangelho em nossas emoções, pensamentos e ações.

Nesse contexto a Verdade será capaz de gerar em cada um nós a libertação dos desejos que nos aprisionam nas sensações ilusórias do domínio e do controle, afastando-nos das conspirações alucinadas e inúteis.

“Vós nada sabeis, nem considerais que nos convém que um homem morra pelo povo, e que não pereça toda a nação”, determinava Caifás e proclamavam as mentes desavisadas, prematuras e inseguras.

Jesus é a Verdade e continua a nos convidar  para um relacionamento necessariamente íntimo e fecundo.

Saibamos aguardar. O Mestre Redivivo está no leme das nossas embarcações convidando-nos: “ Vós pouco sabeis, mas podeis aprender comigo que sou manso e humilde de coração , e encontrareis descanso para as vossas almas, se assim o desejarem.”

Jane Maiolo

Referencia bibliográfica

Evangelho de João 11:49 a 50.