Quero, seja purificado!

Narra o evangelista Mateus no capítulo oito de seu Evangelho que o Senhor Jesus, depois de descer do monte, uma multidão o acompanhava, quando um leproso, em sentido contrário, foi ao encontro do Senhor pedindo-lhe: Senhor, se quiseres podes purificar-me. Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, seja purificado!

Imediatamente sua lepra foi purificada.

Além da cura física efetuada pelo Senhor Jesus, podemos extrair, para nossa experiência de agora, algumas questões para nossas reflexões.

Na passagem o Senhor “desce do monte”, o que podemos interpretar como a Sua saída do mais alto das esferas espirituais para o vale de lágrimas que permeia a Terra, em busca dos “doentes que precisam de médico”.

E Ele pede a todos nós que façamos o mesmo aos Seus “mais pequeninos irmãos”, socorrendo, por nossa vez, o próximo ao nosso alcance.

A multidão segue-o, buscando, avidamente, as benesses do mundo espiritual, mas poucos realmente se aplicam no dia a dia fazendo jus a bênção recebida.

O leproso da passagem vai de encontro ao Médico Divino, como a nos demonstrar que é preciso, muitas vezes, nadar contra a maré na vida, para se chegar a um porto seguro.

É a persistência necessária para o alcance do objetivo.

Demonstrando obediência à vontade Divina, o doente se põe diante do Senhor e exclama “se quiseres”, mostrando equilíbrio ante a possibilidade de não ser atendido em função de suas necessidades cármicas.

“Obediência e resignação” ensina o espírito Lázaro nas instruções dos espíritos de capítulo nove de O Evangelho Segundo o Espiritismo, dizendo que “A obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração”.

È a maneira com que devemos nos pautar quando pedirmos ao Alto algo que nos interessa.

Quando o Senhor o atende curando-o de sua doença, podemos ver o Mestre dos Mestres curando nossas enfermidades morais, indicando-nos como remédio necessário a aplicação de Seus ensinos, para transformarmos a dureza de nossos corações em um coração carregado de amor a Deus e ao próximo.

É bem verdade que qualquer um de nós pode muito bem ter feito parte da multidão que envolvia o Senhor Jesus, mas mesmo que isso não tenha ocorrido, temos a oportunidade de estar com Ele, tanto quanto Ele está conosco, se nos esforçarmos para vivenciar as lições de Seu evangelho de amor e luz, tão bem esmiuçado pela Doutrina Espírita, na feição do Consolador que Ele, o Divino amigo de todas as horas nos prometeu.

Então, e só então, encontraremos alívio para nossas dores.

Pensemos nisso.

Antonio Carlos Navarro

Originally posted 2015-01-24 18:45:20.