As Últimas Entrevistas de Elis Regina, Cazuza, Raul Seixas e Tim Maia

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No youtube, numa manhã de domingo, assisti às últimas entrevistas desses talentosos artistas. Sou fã incondicional dos quatro.

Cazuza já estava com AIDS, bem magro e abatido, sem muita capacidade de raciocínio. Extremamente ansioso, movimentava-se sem parar na cadeira como alguém que deseja sair correndo. Mal respondia às perguntas do entrevistador.

Raul Seixas, entra alcoolizado, corpo inchado, rosto quase irreconhecível (até pensei que fosse sósia). Barba longa que quase cobria seu rosto.

No outro vídeo assisti ao Tim Maia, com seus 52 anos (ele desencarnou com 55), sóbrio, tentando sair do vício da bebida. Estava bem fisicamente, respondeu às perguntas de Jô Soares com lucidez.

Elis Regina começou a usar cocaína onze meses antes de morrer. Sua biografia, escrita pelo jornalista e escritor Júlio Maria, lançada em março de 2015, quando completaria 70 anos, analisa em mais profundidade as dores e conflitos da extraordinária cantora. Na sua última entrevista antes de desencarnar Elis dá um show como já estava acostumada a fazer no palco. De tão inteligente, um verdadeiro gênio que resolveu se dedicar à musica, deixou os entrevistadores à deriva com suas respostas rápidas e inteligentes.

Elis desencarnou quando tinha apenas 36 anos; Cazuza, com 32; Raul Seixas, com 44 e Tim Maia desencarnou com 55.

O talento desses ídolos é incontestável. Sempre estiveram à frente da maioria das pessoas, por isso nem sempre compreendidos. Suas obras ficarão para sempre. Atualíssimas, por sinal.

Diante da mediocridade que assola não só nosso país, mas o mundo, ouvi-los faz da vida algo mais branda, mais suave. Aliás, é esse mesmo o objetivo da arte: elevar-nos acima dos efeitos anestesiantes da matéria grosseira. Quanto à mediocridade, não me refiro, tão somente, à música. O período que estamos atravessando no mundo é horrível sob vários aspectos. Mediocridade nas artes em geral, na política mundial, nos esportes (escândalos de doping e propina), nas religiões etc.

Onde se encontram as luzes? Hoje são estrelas: “sim, hoje eu posso dizer que sou uma estrela”, dizia a inesquecível Elis.

Se estivessem encarnados, hoje estariam com mais de sessenta ou setenta anos. Até o momento ninguém os substituiu porque talento não se compra em supermercado. É conquista de muitas vidas, patrimônio espiritual.

Onde se encontram? Considerados suicidas indiretos, sofreram as consequências dos atos – não há como fugir da Lei. Mas Deus não abandona ninguém e suas ovelhas foram assistidas como qualquer um de nós: com amor e misericórdia.

Encontram-se ligados à música ainda. De Cazuza temos livros e relatos espirituais a respeito de suas tarefas no plano espiritual. Ajuda na recuperação espiritual de amigos ligados à arte em condições perturbadoras.

Raul foi esclarecido que nasceu “há mais de dez mil anos atrás”. Aliás, foi Raul Seixas que recebeu Cazuza assim que pôde ser ajudado e esclarecido.

Tim Maia compôs letra e música transmitidas através de uma médium de Ribeirão Preto, já postada nesse site.

Temos uma psicografia de Elis onde ela descreve seus primeiros momentos após a morte. Quando chegou ao hospital espiritual para ser atendida, após muito sofrimento, pergunta para o enfermeiro espiritual: – você sabe quem sou eu? Pois sou Elis Regina. E obtém como resposta: – Só sei que você é uma irmã doente necessitada de cuidados. Pouco me importa o seu nome.

Vez ou outra se reúnem em frente da praia para cantarem para os espíritos que estão vagando pelas ruas das cidades, ainda sem consciência da própria condição de desencarnados. Com a música, muitos se sensibilizam e são ajudados.

É de conhecimento geral que o uso de drogas “detona” o organismo físico, mas não somente ele. O períspirito também é afetado e bem mais que o corpo. Esse desequilíbrio será inevitavelmente carregado para a próxima existência em forma de doenças no novo corpo físico, quando os danos causados no perispírito serão “drenados”. Assim, conforme o caso e os malefícios causados no perispírito, reencarnamos com doenças sem cura pela ciência atual, lutando para viver, e com essa luta para obtenção da cura e saúde do corpo, aprendemos a amar e respeitar a vida, valorizando o corpo que Deus nos ofereceu como instrumento para nosso progresso.

Fernando Rossit

Originally posted 2016-01-28 11:06:36.